Ganância vs. Desenvolvimento


Apesar de parecer contraditório, afinal a ganância ou “ambição” é considerado o maior impulsor do desenvolvimento da humanidade, infelizmente é ela que nos impede de evoluir. Mas de que forma?
Em primeiro lugar, vamos analisar no que se baseia o sistema capitalista. Versão propagada: “sistema econômico no qual cada um é dono das próprias finanças e tem totais poderes sobre elas; todos têm chances iguais neste sistema”. Versão real: “sistema político que se baseia na obtenção da maior quantidade possível de dinheiro, mas que privilegia as camadas mais ricas da sociedade. Nesse sistema, quanto maior o seu poder aquisitivo, maiores são os seus privilégios e maior é o “respeito” que você obtém da sociedade.”
Nosso sistema é movido por essa força: a ganância, que corrompe nossa ética, que altera nossa visão dos fatos, nos tornando seres dominados por um impulso quase selvagem de conseguir dinheiro. E é isso que provoca um atraso colossal no desenvolvimento da humanidade.
Agora, como se dá esse atraso? Basta observarmos a situação atual de nosso país: a pobreza, a fome, em grande parte, são produtos do desvio de dinheiro por parte de governadores e vereadores que, apesar de terem sido eleitos para esta função, não fazem absolutamente nada que sirva aos interesses da população. Eles se tornaram meras marionetes da própria ganância.
Outro exemplo interessante é o embargo comercial: trata-se da restrição imposta a certas empresas por parte de suas concorrentes por meio de taxas de impostos absurdas. E por qual razão? Simplesmente para não perder lucro! “Afinal, por que permitir às pessoas ter opções? O que importa é monopolizar o comércio e lucrar tanto quanto possível! E mesmo que alguém saia perdendo, isso não importa! Desde que eu não seja prejudicado...”. Esta é provavelmente a linha de pensamento dos grandes capitalistas em geral.
E não é apenas na economia e na política que vemos o domínio da ganância sobre a humanidade: basta olharmos à nossa volta e veremos o que ela faz conosco. Amigos pisoteando uns aos outros, irmãos guerreando entre si, enfim, as pessoas esquecem até mesmo os laços afetivos mais próximos, apenas com o objetivo de obter dinheiro.
E é desta forma, corrompida, e sem controle sobre o próprio desejo de lucrar, que a humanidade caminha lentamente para seu fim. A pergunta é: será que poderemos parar essa caminhada antes de chegarmos ao precipício?
(Pedro Arthur Jin)

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